Graças ao boom imobiliário que ocorreu em Pernambuco por conta da atração de investimentos estruturadores, cidades fora do Grande Recife e das proximidades de Suape e Goiana, também estão experimentando um desenvolvimento acelerado no mercado de imóveis. Uma delas é Gravatá, que vive um momento de forte expansão.
“Hoje estamos com 251 processos em análise com os nossos arquitetos, fora os protocolados”, relata a secretária de Planejamento e Orçamento da cidade, Simone Osias. Ela estima que, da área urbana de Gravatá, cerca de 66% dos espaços estão vagos ou ainda serão ocupados por projetos que não saíram do papel.
Ainda não existem pesquisas oficiais sobre os números do mercado de Gravatá. Mas a maior parte da demanda, segundo Simone Osias, é por segunda moradia. “Hoje já sentimos uma mudança no perfil. Gravatá começa a ser buscada para primeira moradia. Apesar de não contar com a infraestrutura necessária, o município é uma boa opção em termos de mobilidade e tranquilidade, e que fica próximo do Recife (84 quilômetros)”, declara a secretária. Sobre o preço do metro quadrado (m²), ela afirma apenas que “varia muito e cada uma (construtora) estipula o seu”.
Cerca de 66% dos espaços da área urbana da cidade estão vagos ou ainda serão ocupados por projetos que não saíram do papel
Dentre as construtoras, o sentimento é o mesmo. “Ainda é pequena, mas existe. Sentimos que uma parte dos clientes está se preparando para morar lá daqui a cinco ou dez anos”, cita Tony Vasconcelos, diretor comercial da Moura Dubeux. “É bem esse o sentimento. Há uma busca incipiente pela primeira moradia e a segunda ainda predomina”, declara Mariana Wanderley, da Pernambuco Construtora.
Atualmente com um empreendimento na cidade, a Moura Dubeux já analisa a possibilidade de implantar um flat com centro de convenções em Gravatá. “Ainda não está na planilha de previsões da construtora. Mas existe um mercado muito bom. A cidade colhe os frutos da duplicação da BR-232”, afirma Tony Vasconcelos. O mesmo argumento é apresentado pela Pernambuco Construtora. “Conseguimos o terreno do Asa Branca porque nos foi ofertado. Analisamos e vimos que o mercado é realmente promissor. Hoje, estamos analisando um terreno por lá”, diz Mariana.
Apesar das construtoras maiores começarem com empreendimentos mais modestos para depois passarem a empreitadas maiores, o Hotel Canariu’s, de Gravatá, já começou com empreendimentos mais caros. O terreno vai abrigar um condomínio de flats com 600 unidades. “Hoje sinto uma demanda por primeira moradia, mas de cidadãos que já moram em Gravatá. Cerca de 90% dos que buscam os flats são para segunda moradia mesmo”, afirma a diretora administrativa da Construtora RR (responsável pela obra), Gabriela Dias.
“Gravatá também é um bom local para investidores. O lote no Jardim Imperial hoje custa R$ 250 mil. Significa mais de 50% de valorização em relação ao valor inicial”, pontua Vasconcelos.
Segundo a secretária de planejamento de Gravatá, o gargalo da cidade é a infraestrutura. Hoje, o município tem problemas com abastecimento de água, pavimentação e iluminação pública. Também sofre com evasão de receitas graças à inadimplência do IPTU. “Entramos com um projeto junto ao Ministério das Cidades para requalificar a malha urbana de dois bairros: o Jardim Petrópolis (R$ 12 milhões), de classe média alta; e o Alto do Cruzeiro (R$ 24 milhões), uma área carente”, cita Simone Osias.
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