Afilhado político do governador Eduardo Campos (PSB), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), entrou na linha de frente para distensionar a relação entre o líder socialista e a presidente Dilma Rousseff (PT). O gestor municipal rechaçou a notícia de que o Governo Federal teria diminuído o repasse de verbas voluntárias a Pernambuco para financiar projetos. Levantamento do jornal Estado de S.Paulo, no domingo (10), mostrou que a transferência da União caiu nos anos de 2011 e 2012. Em 2010, o Governo Federal mandou R$ 944 milhões a Pernambuco, enquanto que nos anos seguintes somente enviou para R$ 318 milhões e R$ 219 milhões, respectivamente.
Para desmistificar um suposto clima azedo entre Eduardo e Dilma, o prefeito Geraldo Julio destacou o anúncio do PAC Pavimentação/Drenagem, na última semana, onde Pernambuco vai receber R$ 1,7 bilhão dos R$ 33 bilhões anunciados pela presidente petista. “Queria rechaçar essa informação. Estamos com relação excelente com a presidente Dilma e o Governo Federal. Acabamos de vir do anúncio do PAC Pavimentação/Drenagem e Pernambuco recebeu R$ 1,7 bilhão e a prefeitura recebeu R$ 70 milhões. Está tudo acontecendo, vai tudo bem. Não tem esse tipo de retaliação. A presidente Dilma quer que a vida melhore no Recife e melhore em Pernambuco”, disparou o gestor, em entrevista à Rádio Jornal, nesta terça-feira (12).
Faltando menos de 20 meses para eleição presidencial, a notícia da diminuição dos repasses federais acabou ganhando contornos político-eleitorais. Isso porque o governador Eduardo Campos é cotado como um dos pré-candidatos ao Palácio do Planalto e possível adversário da presidente Dilma Rousseff, em 2014. Nos últimos meses, sobretudo após o fim das eleições municipais, em 2012, o líder do PSB endureceu o discurso contra o Governo Federal, passando apontar falhas na política econômica nacional. Para muitos, Eduardo Campos passou a adotar a postura do “morde-assopra”, permanecendo na base aliada e, ao mesmo tempo, tendo atitude de oposicionista.
Ao mesmo tempo, o socialista capitalizou espaço no cenário sucessório nacional ao levantar a bandeira de um novo Pacto Federativo. O tema é alvo de críticas de prefeitos Brasil afora, por conta, principalmente, do aperto na diminuição de repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) que, em 2012, sofreu um importante corte.
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