O Papa Francisco pediu à Igreja Católica que não se ceda ao pessimismo, em um encontro nesta sexta-feira no Vaticano com todo os cardeais, aos quais convidou a buscar novos métodos para levar os Evangelhos a "todos os extremos da Terra".
"Não nos deixemos ceder ao pessimismo nem à amargura que o diabo nos oferece a cada dia", declarou o novo pontífice latino-americano na imponente Sala Clementina do palácio apostólico, ao ler um discurso emotivo e repleto de agradecimentos, durante o qual também introduziu reflexões pessoais.
Francisco convidou os "príncipes da Igreja, a buscar novos métodos de evangelização para levar a verdade cristã (...) a todos os extremos da Terra".
E improvisando, acrescentou descontraidamente para a surpresa de alguns cardeais: "Somos idosos e com a idade vem a sabedoria de vida. Vamos doar esta sabedoria aos jovens como o bom vinho que fica melhor com o passar dos anos".
O Papa, vestido com uma simples batina branca e uma cruz de ferro, insistiu ante os cardeais dos cinco continentes sobre a "comunhão eclesiástica" e a necessidade de conhecimento mútuo.
"Somos irmãos, uma comunidade de amigos", disse.
O pontífice reconheceu a existência de diferenças no colégio cardinalício e pediu a todos que não temam enquanto existir a harmonia, mas também afirmou que o Espírito Santo vela pela Igreja.
O Papa Francisco prestou homenagem ao antecessor Bento XVI, ao classificar sua renúncia ao pontificado como um "gesto corajoso e humilde".
"Dedico um pensamento repleto de afeto e profunda gratidão a Bento XVI, que foi um intérprete humilde e paciente de seu ministério, um patrimônio espiritual para todos", disse ainda.
Também agradeceu com particular atenção aos cardeais que asseguraram a Sede Vacante desde 28 de fevereiro, o decano do colégio cardinalício Angelo Sodano, o camerlengo Tarcisio Bertone e o decano do conclave Giovanni Battista Re. Dedicou a cada um deles palavras de afeto, recebidas com sorrisos.
Francisco não se esqueceu de informar ao colégio sobre a evolução do estado de saúde do cardeal argentino Jorge Mejía, de 90 anos, que na quarta-feira sofreu um infarto e que se recupera em um hospital romano.
"Sua condição é estável e nos manda saudações", disse o Papa, com a simplicidade que marca o início do pontificado.
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