Da Folha de São Paulo
“Dá para fazer muito mais” que a presidente Dilma Rousseff. Com esse, digamos, slogan, o governador Eduardo Campos (PSB-PE), de Pernambuco, passou seu recado a um grupo de 60 empresários que se reuniram anteontem em SP, num jantar, para conhecê-lo melhor – e descobrir se ele é, mesmo, candidato à presidência. Boa parte saiu de lá com a certeza de que Campos vai, sim, se lançar contra Dilma em 2014. O encontro foi na casa do empresário Flávio Rocha, da Riachuelo. E Campos soltou o verbo.
Começou dizendo que o Brasil teve grandes conquistas nas últimas décadas – e logo engatou crítica que a oposição sempre fez a Lula, a Dilma e ao PT: “O Brasil não começou ontem. Não começou com o partido A, B ou C”. Na sequência, engrossou o coro dos que dizem que as coisas no país vão bem -mas podem piorar. “Não há grande incômodo nas grandes massas. Não há na classe média esse sentimento, nem de forma generalizada no empresariado. Mas há, nesse instante, nas elites, grande preocupação com o futuro. Há o sentimento de que as coisas podem piorar.”
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“Dá para ser melhor. E não é uma ofensa para quem está aí você dizer que dá para ser melhor. Nós queremos mais. E que bom que queremos mais, né? Isso deveria desafiar as pessoas a fazer, a quebrar o velho costume e afirmar novos valores.”
“Dá pra fazer muito mais”, repete Campos. Para, então, disparar o torpedo: “E isso não vai ser feito se a gente não renovar a política. O pacto político que hoje está no centro do governo que eu defendo, que ajudei a eleger, a meu ver, não terá a condição de fazer esse passo adiante. Não vai fazer. As últimas eleições no parlamento brasileiro [em que Renan Calheiros foi eleito presidente do Senado com o apoio de Dilma e do PT] são uma indicação. É ficar de costas para tudo isso.”
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